Notícias
assertem

Fique por dentro das últimas notícias.

18/01/2023
COMPARTILHE

Indústria puxa contratações temporárias no 1º trimestre

A estimativa é que as admissões da modalidade no Estado avancem de 8% a 10% em relação ao mesmo período de 2022

Por Thyago Henrique - Diário do Comércio | https://diariodocomercio.com.br/economia/industria-puxa-contratacoes-temporarias-no-1o-trimestre/

Seguindo a tendência nacional e puxada pela indústria, as contratações temporárias em Minas Gerais devem crescer de 8% a 10% no primeiro trimestre deste ano em relação ao ano passado. A informação é do diretor regional da Associação Brasileira de Trabalho Temporário (Asserttem), Glaucus Botinha. 

No País, estima-se a criação de mais de 830 mil vagas entre janeiro e março, uma alta de 8% se comparado ao mesmo período do ano anterior (774 mil vagas). Segundo a Asserttem, as admissões serão impulsionadas predominantemente pelo setor industrial (65%), seguida por serviço (25%) e comércio (10%). 

Para Botinha, os dados são muito positivos, visto que o Brasil passa por uma troca governamental. Segundo ele, toda época de mudança de governo preocupa o setor.

“Sempre que a gente muda para um governo com outro viés – estávamos em um viés mais de centro-direita e agora estamos com um viés mais de  centro-esquerda – há um temor de que as regras do jogo possam mudar ou que isso gere alguma insegurança para o mercado”, diz. 

Apesar da preocupação corriqueira, o diretor regional ressalta que a Asserttem tem dialogado com o novo governo e as perspectivas são boas.

“Não há nenhuma sinalização de que não possamos continuar a ter um cenário de segurança jurídica e que o Brasil não possa continuar retomando esse processo de desenvolvimento”, afirma.

Já em relação a 2022, o setor apurou queda de 0,49%. Ao todo, foram geradas 2.403.560 vagas temporárias no País durante o período, contra 2.415.419 vagas em 2021. Conforme Botinha, o cenário conturbado em função das eleições e ruídos pós-eleições atrapalhou o mercado, que esperava encerrar o ano positivamente. 

“Essa pequena retração foi justamente devido ao período conturbado de final de ano. Em outubro teve eleição, novembro e dezembro todo esse ruído político, de insegurança, de transição de governo. E, naturalmente, os tomadores tiram o pé do acelerador e esperam a poeira baixar para retomar os investimentos e o rumo normal das coisas”, destaca.

Setores

Assim como destacado pela estimativa da Asserttem, Botinha salienta que o setor industrial vem tomando as rédeas do mercado de emprego temporário há algum tempo. Ele ainda explica que um dos motivos é o fato do comércio estar passando por um período de transição, no qual vem diminuindo as vendas de lojas físicas e aumentando as vendas on-line

“A indústria está sendo cada vez mais relevante no fenômeno das contratações temporárias e cada vez mais ela ocupa um espaçozinho que era do comércio”, reitera o diretor regional.

Um levantamento feito pela Gerência de Economia e Finanças Empresariais da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), com base nos dados do Caged, indica que o grupo industrial de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos foi o que teve o maior saldo de empregos temporários em 2022 no Estado (43 vagas).

O economista da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG) Vinicius Carlos afirma que o comércio sofreu com a pandemia e que no período houve essa migração do consumo para o meio digital. Entretanto, ele salienta que a loja física continua essencial. 

“A loja física é primordial para termos acesso àquilo que nós estamos comprando. Então é preciso contratar pessoas e é preciso fazer aquele diferencial no negócio para que ele cresça. Isso tudo gera emprego”, reitera.

Carlos também ressalta que a conjuntura econômica, com inflação e juros altos, impacta as admissões temporárias do comércio, pois o consumidor fica mais cauteloso.

“Se estou confiante no cenário eu compro e a compra gera emprego, porque é preciso negociar, ter estoque, ter gente para repor. Se for na loja digital, precisa de pessoas na logística, para pôr os produtos no correio, para contratar fornecedores. Então se a perspectiva do cenário é boa nós temos contratações”, complementa.

Segundo a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) Ana Paula Bastos, a expectativa é que o setor comercial da Capital não efetue mais contratações temporárias no início do ano.

“A contratação temporária começa em outubro para já treinar as pessoas para dentro das normas e cultura das empresas. De janeiro a março essas pessoas podem continuar como temporário porque ainda tem alguma demanda pós-Natal. Elas podem até mesmo ser efetivadas. Mas não tem a tendência de contratação agora no início do ano não”, afirma.