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01/02/2022
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Efetivos são afastados e varejo mantém temporários

Por Andréia Leite - Jornal do Commercio | https://www.jcam.com.br/noticias/lojistas-dao-preferencia-a-temporarios/

As pessoas que foram contratadas em regime temporário no comércio varejista estão sendo mantidas nos postos dos trabalhadores efetivos, suspensos por Covid. Com  perda de 20% a 30% dos funcionários fixos afastados, os temporários que poderiam estar sendo demitidos permanecem nas lojas para suprir a demanda de atendimento ao público. A informação é do presidente da CDL-AM (Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Assayag. 

O presidente destaca que algumas demissões vão estar associadas às vendas porque algumas lojas não atingiram suas metas, mas, no momento, é muito indefinido. “Não tem uma trajetória que a gente possa afirmar”. 

Para obter uma prévia do comportamento entre essas contratações temporárias e o volume de demissões de efetivos ele diz que é necessário aguardar informações do Caged ou do levantamento com as quatro mil empresas do setor. “Pela forma que vem avançando a variante,  está desajustada qualquer previsão, porém muita gente está mantendo essa mão de obra porque perdeu funcionário. É natural que esses dados estejam consolidados, quando as empresas retomarem e reorganizarem seus quadros, ou seja, quando a Covid desacelerar e as vendas estiverem muito fracas, situação que provavelmente deva acontecer  em fevereiro”. 

Por sua vez, o presidente da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Jorge Lima, afirma que o movimento nas lojas da capital amazonense está fraco em janeiro, mesmo com as tradicionais liquidações oferecidas pelas empresas.

Em entrevista ao Jornal do Commercio ele destacou que este mês está sendo de aumento no número de desligamentos no setor. Ele disse ainda que tanto  temporários, quanto efetivos de muitos anos, estão nesse bojo. 

Movimento que não é confirmado pelo presidente da CDL-AM, ao reiterar que qualquer tipo de informação nesse sentido, só por meio do Caged ou de um levantamento com o foco nesse cenário. “As empresas nos repassam as informações e a gente tira uma média e compartilhamos os dados prévios, além disso, muitos processamentos de janeiro só caem no final de fevereiro. No momento, não dá pra saber”. 

O grande desafio do varejo, conforme o dirigente, é justamente conseguir efetivar ao  menos 50% da mão de obra temporária, levando em conta que em 2019 e 2020 cem por cento desses trabalhadores foram demitidos. “No fim do ano, foram mais de 3 mil colaboradores temporários contratados. Estamos conversando com lojistas para a manutenção dessas pessoas”. 

Dinamismo no formato de trabalho

O presidente da Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário), Marcos de Abreu, enfatiza que a efetivação dos temporários subiu de 15% em 2019 para 22% em 2021. “Com isso, são mais de 531 mil profissionais que se recolocaram no mercado de trabalho neste ano por meio da modalidade”. 

De acordo com ele, com a Covid-19, boa parte das empresas demitiu profissionais permanentes, o que resultou em um aumento das vagas temporárias para atender a demanda aquecida a partir do segundo semestre de 2020.

“O quadro de insegurança levou a uma situação em que o empresariado prefere preencher os postos com temporários, pois se precisar efetivá-los, esse processo é muito mais ágil do que a abertura de um processo seletivo que exigirá entrevistas, escolha e treinamento”, afirma.

Expectativas 

As contratações por meio do trabalho temporário no comércio devem retomar as contratações, principalmente nas datas sazonais; e o setor de Serviços, que estava contido, vem aos poucos repondo suas vagas e utilizando a modalidade para isso”, conclui.